• Considerando o catálogo Lumière como experiência inaugural do cinema mundial, este artigo propõe uma leitura anarquívica de algumas de suas imagens. Diferenciando a operação do cinematógrafo como dispositivo cosmotécnico de arquivamento do mundo e aparelho cosmopoético de invenção de mundos, exploro as formas de inscrição da diferença no arquivo Lumière, por meio de uma arqueologia do sensível. Confronto o cinema de atrações com um olhar contra-colonial, explicitando tanto o regime da extração que enquadra a diferença quanto as linhas de fuga em que emerge uma potência cosmopoética sobrevivente, nas e entre as imagens, por meio de gestos de desobediência informe.