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André Alexandre Padilha Leitão deposited E se…? Crônicas de Possibilidades on Humanities Commons 5 years, 10 months ago
O ensino de língua portuguesa tem mudado muito desde o final da década de 1990. Mas ainda há muito
o que fazer. Principalmente pela necessidade levar os alunos a compreenderem que o estudo da língua é
o estudo do mundo social, cultural, identitário, psicológico, acadêmico – entre tantos outros mundos – no
qual estão inseridos. Muitas vezes isso é despercebido pelos alunos quando se deparam com as divisões da
gramática em fonética, morfologia, sintaxe e semântica e seus exercícios nada pragmáticos. A necessidade
de ter de decorar todas as conjugações verbais em todos os tempos e modos, os graus e números dos
substantivos e adjetivos, os coletivos, os tipos de predicados são quase um script de filme de terror em que
o assassino é sempre uma exceção à regra gramatical.
Tendo isso em vista, a pergunta parece inevitável: E se as aulas de português fossem diferentes? Quer
dizer, e se as produções textuais solicitadas durante o ano letivo pelo professor como parte do programa
a ser cumprido não fossem apenas uma repetição de modelos prévios, cuja única finalidade é a adaptação
(para não dizer copia fiel) para a felicidade do professor? E se por acaso as produções textuais fossem,
por exemplo, em forma de uma pergunta que desafiasse os alunos a enxergar o mundo a partir de uma
perspectiva um pouco diferente daquela óbvia a qual estamos acostumados?